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Para explicar a lógica da impressão da moeda fiduciária e a sua desvalorização, recorrerei a um breve apanhado histórico e explicarei como surgiu o dinheiro.

A origem do dinheiro se deu pela necessidade dos comerciantes de transportarem grandes valores a longas distâncias. Diante disso, as pessoas chegavam nos bancos e depositavam quantias de ouro. Em troca, o banco concedia um recibo, constando que naquela instituição havia aquela determinada quantidade de ouro ou de metal precioso, e aquele que tivesse o recibo poderia sacar a quantia devida, cobrando taxas pelo serviço. Com isso, os comerciantes eram capazes de fazer comércios com mais facilidade, já que não tinham a necessidade de portar grandes quantidades de moedas e ficavam menos propensos a roubos.

É sabido que o ouro é um material escasso, cuja obtenção tinha por necessidade a mineração, além de anos de eventos químicos realizados pela natureza. Assim sendo, o produto tende a ser mais valioso, afinal há mais demanda (consumidores dispostos a comprar) do que a oferta (produtos disponíveis no mercado).

Inobstante, o ouro e as demais pedras preciosas sempre foram tratadas como algo valioso em todos os tempos, sociedades e culturas, desde os egípcios, romanos, chineses, astecas e toda a Europa medieval. Acrescento: os metais preciosos sempre foram tratados como moeda de transação, por serem fungíveis, portáveis, divisíveis, duráveis e escassos, ou seja, não podem ser criados do nada. Embora moedas fiduciárias, como o dólar, sejam fungíveis, portáteis e divisíveis, acabam por não serem escassas, haja vista que podem ser impressas pelos governos de modo arbitrário e não possuem resistência física o suficiente para durar anos e anos.

Retornando à história do padrão-ouro, os governos da época aderiram tal estruturação, e conferiam autenticidade aos recibos de ouro mediante o selo real. Tal padrão durou até a década de 1970, quando o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, decidiu encerrar o lastro do dólar ao ouro, adotando apenas a credibilidade do governo americano como lastro.

Entretanto, a credibilidade é a capacidade de produção que ele possui. Ou seja, quanto maior a capacidade produtiva, maior será o seu valor.

Portanto, para a impressão de moedas fiduciárias é necessário que se tenha uma simetria com os setores responsáveis pela geração de valor. Em outras palavras, quando o governo imprime mais dinheiro e não acompanha a demanda (produtividade) temos uma assimetria entre a oferta e a demanda, e vice-versa.

Diante disso, podemos relembrar o que ocorreu com o Brasil durante a implantação do Real, em que um salário mínimo de, aproximadamente, R$ 180 comprava uma cesta básica e, com passar do tempo, o salário mínimo foi aumentando. Ora, se em 2001 poderíamos comprar a cesta básica do mês com R$ 180 e a população poderia, com apenas R$ 2, fazer um excelente lanche da tarde. Hoje é necessário, aproximadamente, R$ 10 para isso. O que significa que houve uma inflação de 8 reais. A lógica deveria ser: com um salário de R$ 1.000, conseguiríamos 5 meses de cesta básica, mas não é a realidade. Ficamos mais pobres, mesmo com dinheiro em mãos.

 

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Créditos do texto: Grupo Top & Down

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